HIDROVIA E PORTOS DO ARCO NORTE PARA O TRANSPORTE DA SOJA MATO-GROSSENSE: UMA AVALIAÇÃO

Autores

  • Risely Ferraz Almeida Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ/USP
  • Nathercia Christianne Barbosa Guimarães Schneider

Resumo

A principal região produtora de soja no Brasil é o Mato Grosso, com forte participação na balança comercial do País, respondendo por 30% do total das exportações brasileiras de soja em grão. Mesmo com esse destaque, existem desafios na logística da soja produzida no estado que hoje concentra o escoamento da produção nos portos da região Sudeste. Nesse contexto, se levanta a hipótese de que a utilização da hidrovia do Tapajós e dos portos do Arco Norte reduza os custos totais de exportação, aumentando a vantagem competitiva da commodity no mercado externo. Este trabalho comparou os custos e vantagens (ambientais e sociais) para entrega da soja mato-grossense no Porto de Paranaguá/PR (via rodoviária) e no porto de Vila do Conde/PA (via rodo-hidroviária) para exportação com destino à China. Observou-se que, para a relação distância/custo, a logística de transporte na rota Sorriso/MT-Vila do Conde/PA-Xangai se mostra mais atrativa com maiores distâncias percorridas por unidade de custo. Por outro lado, levando-se em consideração a relação distância/tempo, o transporte da soja na rota Sorriso/MT-Paranaguá/PR-Xangai apresenta alguma vantagem comparativa. Paralelamente, a utilização da rota rodo-hidroviária em direção ao porto de Vila do Conde traz benefícios socioambientais como retirada de grande quantidade de CO2 da atmosfera e contribui com uma economia bastante expressiva na redução de acidentes. Diante dos resultados apresentados, conclui-se que o escoamento da soja do Mato Grosso pelo Arco Norte é bastante atrativo, ainda que dependa de adequações na infraestrutura local, sendo uma alternativa complementar ao processo atual para a exportação de grãos do Brasil pelos portos do Sudeste.

Biografia do Autor

  • Risely Ferraz Almeida, Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - ESALQ/USP

    Sou Técnica Ambiental (IFBA, 2007), Agrônoma (UESB, 2012), e Graduanda em Ciência de Dados (UNIVESP), com MBA em Gestão de Projetos (USP/ESALQ, 2020), Mestrado (UFU, 2014), Doutorado (UNESP, e University of Minnesota, 2017), e Pós-doutorados (USP/ESALQ, 2019; 2021) em Ciência do Solo. Possuo experiência como Professora/Orientadora Universitária pela UNESP/Botucatu (Curso: Agronomia e Eng. Florestal), UFSCar/Araras (Curso: Agronomia), IFTO/Formoso do Araguaia (Técnico em Agricultura), FAM/Americana (Curso: Eng. civil) e no MBA/Piracicaba da USP/ESALQ, além de ter experiência como professora de Química Básica no Ensino Médio (CEOS; 2007-2010) e Pré-universitário (UESB; 2011). Eu tenho experiência na área de Agronomia, com ênfase na Física e Manejo do solo (Mecânica do solo), Fertilidade do Solo, Adubos e Adubação, Matéria Orgânica do Solo e emissão de GHG, Gênese e Classificação do solo (Geologia), e Manejo da Inovação na Agricultura Brasileira.

  • Nathercia Christianne Barbosa Guimarães Schneider

    Engenheira Civil, Mestre em Economia do Meio Ambiente, com especialização em Logística, detentora de larga experiência nos setores de Meio Ambiente e Transportes, tanto na área técnica quanto gerencial, tendo trabalhado por 5 anos com regulação (recursos hídricos e transportes terrestres). As atividades profissionais foram exercidas tanto no Governo quanto na iniciativa privada e na academia, tendo prestado consultorias para a Organização dos Estados Americanos ? OEA na área ambiental dentro do projeto GEF-São Francisco com o ?Estudo da Avaliação da Contribuição da Navegação no Rio São Francisco ao Incremento da Competitividade Agrícola na Bacia? e para o CEEMA - Centro de Estudos em Economia, Meio Ambiente e Agricultura da Universidade de Brasília com o ?Estudo de Viabilidade Econômica e Ambiental do Sistema Hidroviário Brasileiro?. Todos os serviços constantes do CV contam com Atestados de Capacidade Técnica registrados no CREA.

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Publicado

2022-12-19