HIDROVIA E PORTOS DO ARCO NORTE PARA O TRANSPORTE DA SOJA MATO-GROSSENSE: UMA AVALIAÇÃO
Resumo
A principal região produtora de soja no Brasil é o Mato Grosso, com forte participação na balança comercial do País, respondendo por 30% do total das exportações brasileiras de soja em grão. Mesmo com esse destaque, existem desafios na logística da soja produzida no estado que hoje concentra o escoamento da produção nos portos da região Sudeste. Nesse contexto, se levanta a hipótese de que a utilização da hidrovia do Tapajós e dos portos do Arco Norte reduza os custos totais de exportação, aumentando a vantagem competitiva da commodity no mercado externo. Este trabalho comparou os custos e vantagens (ambientais e sociais) para entrega da soja mato-grossense no Porto de Paranaguá/PR (via rodoviária) e no porto de Vila do Conde/PA (via rodo-hidroviária) para exportação com destino à China. Observou-se que, para a relação distância/custo, a logística de transporte na rota Sorriso/MT-Vila do Conde/PA-Xangai se mostra mais atrativa com maiores distâncias percorridas por unidade de custo. Por outro lado, levando-se em consideração a relação distância/tempo, o transporte da soja na rota Sorriso/MT-Paranaguá/PR-Xangai apresenta alguma vantagem comparativa. Paralelamente, a utilização da rota rodo-hidroviária em direção ao porto de Vila do Conde traz benefícios socioambientais como retirada de grande quantidade de CO2 da atmosfera e contribui com uma economia bastante expressiva na redução de acidentes. Diante dos resultados apresentados, conclui-se que o escoamento da soja do Mato Grosso pelo Arco Norte é bastante atrativo, ainda que dependa de adequações na infraestrutura local, sendo uma alternativa complementar ao processo atual para a exportação de grãos do Brasil pelos portos do Sudeste.
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